quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Carnaval

Fui à wikipédia. É verdade, também lá vou!!!

Fui ver o significado da palavra Carnaval, e descobri que tem a sua origem na expressão "carne vale", isto é "adeus à carne". Nop... não, não é só o adeus a comer carne, é o adeus aos prazeres carnais. Isto porque a partir do século IX a Igreja institui a semana santa e andou a contar 40 dias antes. Daí a quaresma..... Penso que deve haver muita gente em quaresma permanente!!! lolololol

Há ainda uma outra versão da origem do Carnaval. Há autores que consideram que o Carnaval teve origem na absorção pela Igreja católica de rituais pagãos, associados a ritos de fertilidade, que coincidiam com a mudança de equinócio (que acontece normalmente próximo da Páscoa). Seria mais a libertação dos maus espiritos do Inverno e as ritualizações de boas vindas à Primavera altura de renovação em que tudo é possível. Funcionaria como uma espécie de catarse social. em que tudo era permitido, num mundo marcado por fortes desigualdades e controlo social. A máscara permitia e permite muitas liberdades. Liberta desejos reprimidos.

Bem, não interessa nada.... o que importa é que é um feriadito sempre a uma terça-feira, o que para muitos significa um fim de semana em tom de férias. Além disso é uma festa diferente, na qual as pessoas passam muito mais tempo a divertir-se com a concepção da máscara (quanto mais não seja no plano da imaginação) do que propriamente no dia a divertir-se.
Pois eu não sou diferente... Aqui ficam algumas fotos dos mecânicos deste ano!!!!! LOL



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Eramos 13 mecânicos...
Publicidade de borla para a Shell e para a Galp... como se já não contribuíssemos o suficiente!!!!

Espero que se tenham divertido!!!
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NSAS

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Escolhas...

Pois é, aproveitando até o post anterior (original, sem dúvida), um voto implica uma escolha. A decisão de votar no Partido dos Giros, por exemplo, significa que, por variadas razões, alguém decide e opta, dentro de um leque de possíveis escolhas, colocar a cruzinha no PdG. Lol, olha que ainda és capaz de fundar um partido mesmo! É que os motivos que levam as pessoas a votar nos outros partidos são cada vez menos... Sem dúvida que se há tempo em que as alternativas podem ganhar algum espaço, esse tempo é agora!
Este é apenas um exemplo de uma escolha que fazemos. Todos os dias somos "obrigados" a fazê-las. Muitas delas, a maioria julgo até, são feitas de forma inconsciente, automática. O que acho engraçado é o facto da escolha implicar que abdicamos de algo. Costumamos dizer que não se pode ter tudo, e isso é bem verdade quando pensamos que ao optarmos por fazer algo, algo mais há que deixamos de fazer. Mesmo quando se consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo, coisa que hoje em dia somos praticamente forçados a conseguir. De qualquer forma, quando decides por algo, tens um custo. O custo do que deixaste de fazer. É dos conceitos de economia que mais "guardei", orienta muitos dos princípios económicos, e de facto tem bastante aplicação prática (a economia não são só números...). Para a doutrina económica, o que aqui importa fazer é uma análise custo-benefício. Então, a tua decisão perante um cenário de várias hipóteses é optar pela que te traz maior utilidade (representa o teu benefício, o que vais "ganhar" com a tua escolha). A comparação é feita com o custo, que no caso representa aquilo que te traria maior utilidade logo a seguir, e que deixas de ter porque optaste pela primeira hipótese. Chama-se custo de oportunidade. O custo de oportunidade existe porque existe escassez de recursos e as nossas opções são limitadas, por exemplo pelo tempo, dinheiro, capacidades, espírito de sacrifício, enfim, quase tudo pode ser aqui englobado. Mas há apenas um pormenor que é um "pormaior" nesta análise. Assume-se como pressuposto que a decisão é racional. Ora bem, aqui é que acho que a ciência económica começa muitas vezes a falhar. Nenhuma teoria é válida se os seus pressupostos não estiverem validados, e neste caso entendo que é um pressuposto no mínimo audaz. Nem todas as nossas decisões são racionais, pelo menos a 100%. Parece-me que isto é quase senso comum.

As escolhas que fazemos. Gosto de pensar que somos o que escolhemos. Somos o caminho que vamos traçando para nós. Às vezes enfrentamos verdadeiros dilemas perante uma escolha a fazer. Que pode mudar a tua vida. Costumo imaginar uma bifurcação, em que seguindo por um dos lados, todo o teu percurso daí para a frente vai ser diferente do que encararias se tivesses ido pelo outro. E se é verdade que há escolhas que são quase imperceptíveis, outras há que nos obrigam a parar e a pensar. Porque sabemos que, uma vez tomada a decisão, não há volta atrás.

Elas vão continuar a aparecer no nosso caminho, a desafiar-nos. Também, se não fosse assim, onde estava a piada disto tudo?

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Partido dos Giros

Estava prometido...

Vêm aí as eleições. E os que vão votar, os que querem votar, os que gostariam de votar, os que não fazem ideia, continuam com os mesmos partidos politicos para votar.

Têm todos brilhantes ideias para combater a crise, e andam nisto há quase dois séculos. Como as 'ideologias de combate' - comunismo vs capitalismo - já não existem e não têm sentido, temos mesmo que improvisar uma ideologia nova que nos inspire.

Por isso, proponho. Vamos criar um partido politico novo: o Partido dos Giros!

Requisitos de filiação:

- Ser giro, ter de facto bom aspecto.
- Ter bom gosto, sorrir, ter sentido de humor e não usar fatos cinzentos, ou de qualquer outra côr que passe aquele ar de 'meu deus vai falar, que seca!'. Exclui-se também aquele ar de descontraído de falsa pertença às classes do povo.
- Ser inteligente, de preferência brilhante. Não se requer doutoramentos, mestrados ou qualquer tipo de título académico, basta que pense e evite dizer barbaridades.
- Desempenho efectivo de funções: trabalhar mesmo. Têm mesmo de ter experimentado um horário de trabalho, com um salário fixo, e cujas tarefas deveriam ser desempenhadas no mínimo por mais uma pessoa.


Projecto politico:

- Inexistente: ninguém responsável pode de facto projectar seja o que for quando não faz a minima ideia do que vai encontrar. Logo se vê o que se arranja

Promessas:

-Não há: apenas proibir falar na crise.

Ideologia:

- Dizer a verdade
- Promover o optimismo

Seja lá o que fôr que se diga, seja qual fôr o discurso, seja qual fôr a incongruência, seja qual fôr a mensagem e o tipo, não importa!!!! Pelo menos será dita, comunicada por alguém com bom aspecto. Por alguém de facto giro, com piada e inteligente.

Não acham possível aliar à inteligência a beleza??? Hello??? Basta repararem na nossa classe politica. Que bem que eles aliam a mediocridade com o mau aspecto! Tem mesmo de existir o oposto.

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NSAS

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O problema desta sexta-feira 13 é o dia 14...

O número 13 como número do azar está relacionado com tradição cristã, já que na mitologia grega o número 13 era considerado o número da sorte, pois correspondia ao deus Zeus, o último no desfile dos deuses do Olimpo.

Com a tradição cristã porquê?

1 - Eram 13 pessoas sentadas à mesa na última ceia. Doze apóstolos e o décimo terceiro - Cristo, que como todos sabemos foi crucificado.
2- Dizem alguns entendidos na matéria, que Cristo terá sido crucificado numa sexta-feira 13.
3 - A razão mais famosa de todas é quela que aponta para o facto de ter sido numa sexta-feira 13 do ano de 1307 (que contém o número 13) o dia em que o rei francês Filipe IV decretou a extinção da Ordem dos Templários e mandou executar e torturar os membros da ordem, bem como os seus responsáveis máximos.

Sexta-feira 13 o dia das bruxas porquê?

Mais uma vez a tradição cristã é responsável. A deusa alemã e nórdica do amor Friga (daí vem o nome do dia da semana Fridadag, Freitag, Friday) foi transformada em bruxa quando as tribos destas origens foram convertidas ao cristianismo. Por vingança, e porque amor e ódio são emoções muito próximas, reunia todas as sextas-feiras com mais 11 bruxas e o diabo, para rogar pragas aos humanos. E ganhou, pois nos nossos calendárioas actuais, a identificar a sexta-feira, aparece apenas sex, e se brincarmos com as linguas podemos facilmente obter sexday! lolololol

Quanto a mim acertaram muitas vezes no cupido, e ultimamente têm andado mais eficazes.
Na última sexta-feira treze diverti-me a valer, na festa das Bruxas de Montalegre. Ouvi e repeti o esconjuro e fiquei muito purificada com a ingestão de várias queimadas, e note-se que o número do quarto onde fiquei a dormir era o treze. Mas se devia ter ficado libertada das pragas da Friga, acho que não funcionou, se calhar foram demasiadas queimadas.

Por falar na deusa do amor Friga, vamos ao Cupido. O Cupido o deus do amor, apaixonou-se por Psique deusa da Alma. Tiveram uma confusão muito mortal, aquela velha história das sogras que não gostam das noras... and so on, and so on..., falhou na pontaria (novidades?!?!) e atingiu-se a ele próprio contrariando as orientações da matriarca, ficando perdidamente apaixonado pela Psique, tendo ele próprio sofrido por amor. Na mitologia grega Cupido era um jovem loiro e de caracóis. Não percebo o fenómeno que tem vindo a sofrer, mas está cada vez mais com aspecto de puto reguila que anda para aí a disparar (com pouca pontaria) a mortais distraídos, e que se diverte forte e feio com o assunto. Cupido onde anda a Psique?

Onde entra o São valentim nisto tudo?

Mais uma vez a tradição cristã. Era uma bispo teimoso, que contrariou o imperador Romano Claudio II, que tinha proibido os casamentos, pois precisava de jovens disponíveis para se alistarem no seu exército. São Valentim foi preso e apaixonou-se pela filha cega do seu carcereiro que, como era de prever, milagrosamente começou a ver (terá sido do sexo?). São Valentim recebia mensagens de jovens a dizer que continuavam a acreditar no amor. Foi decapitado no dia 14 de Fevereiro de 270. Podemos, mesmo, dizer que perdeu a cabeça por amor! O amor vence até mesmo a fé!! Ah!!! Nesta altura os padres ainda podiam casar, o celibato foi só depois do Pápa Gregório.

Tanta mitologia e angeologia misturada. São tradições pagãs e tradições cristãs misturadas a enaltecer afectos e perdas. Mas sem duvida com muita morte à mistura, cheia de emoções que espelham bem a natureza humana, e a rapidez com que passamos de emoções positivas a emoções negativas.

Bruxas, deuses, deusas e bispos à parte o que é certo é que tudo isto passou de histórias e lendas, para dias altamente rentáveis. Casal que se preze vai jantar fora nos dia dos namorados, oferecem-se presentes, enaltece-se o nobre sentimento do amor.

Os restantes membros da sociedade que pelas mais variadas razões se contram à deriva, à espera da seta do cupido, do principe ou princesa encantada (que agora já não vem a cavalo), são bombardeados, pelo menos durante o mês de Fevereiro, com a informação que se encontram sozinhos. Não têm propriamente uma cara metade a quem fazer seja lá o que for que lhes apeteça. É só corações, coraçõeszinnhos, côr-de-rosa, peluches, flores e sei lá mais o quê que a publicidade se lembra. Ninguém merece!!!

O consolo de quem está sozinho, são os jantares com os amigos na mesma situação, e que normalmente são bem mais divertidos do que os dos casais. Já repararam na quantidade de casais que vão jantar nesse dia e nem tão pouco conversam? E há também aqueles casais em que pelo menos um dos membros, se não ambos, preferia estra noutro sítio ou com outra pessoa.

Como dizia no post anterior as relações têm de facto que ser cultivadas, mas precisavam de ser todas no mesmo dia? Bem, se nos outros dias se esquecem, pelo menos que neste façam alguma coisa de jeito. Esqueçam os corações, o côr-de-rosa e os peluches é piroso.
Conselho: pensem nalguma coisa diferente e divertida, de preferência perigosa (calculadamente perigosa), pois está provado que a sensação de perigo aproxima os amantes.

Sugestão para quem não tem namorado(a), ou alguém a quem possa chamar seu. Escolham uma pessoa que de facto gostem e façam uma surpresa, um agrado, um gesto simpático. Há várias formas e tipos de amor e de amar, mas todas elas precisam de ser alimentadas. É bom plantar afectos, mesmo que quem nos rodeia esteja distraído, ou não esteja habituado.

Lots of love by Friga

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NSAS

Em tom de curiosidade: hoje perguntaram-me pelo menos três vezes (pessoas diferentes é óbvio) pelo meu namorado. Se o virem pf avisem-me. Acham que é da época??? Mas ninguém me perguntou pela bruxa?!?!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sexo

Um destes dias tive uma conversa particularmente interessante com umas amigas. O assunto era sobre relacionamentos. Que tipo de relacionamentos querem ter, quais os constrangimentos, as expectativas ou não, os cenários possíveis, mas tinha por base o controlo dos afectos.

Com o decorrer da conversa, comecei a perceber que o grande problema e o cerne da questão residia na prática de sexo e na carga social a ela associada.

A culpa, desta coisa toda, é de facto dos valores judaico-cristãos que nos foram inculcados desde o dia do nosso nascimento (penso mesmo que quando éramos projecto de gente já vinha no pacote genético).

Se não, vejamos. Há e continua a haver uma diferença grande na liberdade, no que respeita à prática sexual, dada ao género masculino e ao género feminino. Se um mocito tiver vários relacionamentos é um heroi (excepto aos olhos do publico feminino da mesma idade que o passa a ver como não fiável), se for uma mocita é uma galdéria fácil.

Há a valorização da virgindade, da castidade - aliás defendida fortemente como prática anticoncepcional e de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis pela Igreja Católica. Vejam bem o aspecto do Pápa!
Pois..... mas sexo faz parte da nossa característica de humanos, de animais. Está programado e vinculado na nossa herança genética, e esta coisa de ser monogãmico é uma construção social, pois para a sobrevivência da espécie foi necessária a disseminação de bom genes. A não prática de sexo é antinatura.

Não sou defensora da infedilidade, aliás o que mais me chateia nessa coisa é a falta de verdade, mas a probabilidade de o nosso par, na sociedade actual, se cruzar com alguém que o/a atraia é elevadíssima. Conhecemos pessoas todos os dias, cruzamo-nos com desconhecidos, fazemos amizades na net. A probabilidade de se ser infiel em algum momento aumenta terrivelmente.

Temos também que pensar na representação social do casamento, cujo objectivo principal era um contrato financeiro/economico, e que simboliza a permissão face á sociedade da prática despenalizada de sexo. Ou seja, podemos pôr as endorfinas ao rubro porque somos casados. Desgraçados dos restantes! Se calhar é por este motivo que existe tanta gente mal disposta e deprimida.

Onde é que está escrito que os relacionamentos são para sempre? Quem disse que se tem de gostar da mesma pessoa para sempre? Não tem, e não são. Fisicamente falando, a paixão dura até seis meses, e amamos alguém mais ou menos quatro anos. Daí que os afectos e os relacionamentos tenham que ser necessariamente alimentados, de outra forma acabam.

Mas sexo, puro e duro é uma prática fisica, que pode ter em vista a reprodução ou o puro prazer.
Voto no prazer. Para as mulheres sexo é bem mais do que isso, sexo é sexualidade, é afectos. Sexo significa a partilha da intimidade, muito mais do que o corpo, tem a ver com a partilha da alma, do nosso espaço afectivo. É um despir, é a vulnerabilidade. Tudo isto ganha uma carga muito mais intensa quando o parceiro é novo ou muito desejado. Passamos para o foro: do que o que é que será que ele vai pensar?

Tudo isto apenas porque se atribui demasiada importância a um acto fisico. Na minha opinião, o flirt, o jogo, o toque, o desafio, entre outras coisas enriquecem e incutem um aspecto mistico à coisa. A imaginação permite grande partilha de intimidade, a conversa sobre o que se gosta e o que não se gosta, eleva a partilha a outros níveis.
Aliás, como é que se pode saber se de facto alguém é bom na cama, se se teve apenas um parceiro e não há termo de comparação?? Nã, nã, nã..... todos comparamos, o que na maioria das vezes nem tão pouco é comparável.
As mulheres gostam tanto de sexo como os homens, gostam de outra forma, assim de como tudo o resto na vida. Ninguém é dono de ninguém.

Sexo faz bem à saúde: gasta um elevado número de calorias, portanto emagrece. Quando bem praticado, faz mexer quase todos os grupos musculares, estímula a produção de endorfinas e por isso andamos mais felizes. Reforça o sistema imunitário e cardio-vascular, liberta toxinas e faz bem à pele. Ok!!!!! Também tem associado a eles uns problemitas, mas estamos na onda do sexo seguro e reponsável. Eu prefiro pensar nas qualidades, quem preferir pensar nos riscos que vá correr a maratona, o efeito é mais ou menos o mesmo.

Penso que neste assunto, como em vários outros, temos de nos despir de orgulhos, preconceitos, e esforçarmo-nos por ser felizes, por tentar. Viver, descobrir, sorrir, experimentar, ver o que dá sem pensar em cenários. Sonhar é muito bom! E se se magoarem! Who cares?!?! Viveram..... Acima de tudo há que ser verdadeiro, primeiro connosco depois com o outro.

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NSAS

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Makeover

Olá.
Já não escrevo há algum tempo. Não porque não tenha vontade e assuntos, mas pela minha falta de tempo. Pois é: muito trabalho.

Todos os dias ouço histórias de vida, todos os dias leio relatos de percursos, de experiências, de trajectórias, de sonhos. Relatam sobretudo momentos de sobrevivência e de transformação, momentos de crise e de resiliência, de resistência a grandes adversidades. Há vidas que se adivinham em cada linha do rosto, e há outras que se escondem por de trás de sorrisos.

Neste meu trabalho diário, com personagens da sua própria história, é particularmente gratificante perceber o impacto que se tem na visão que cada um tem de si, nas possibilidades que descobriram e nas portas ou janelas que se vislumbram.

Tentei escrever a minha história de vida, desisti. Um dia terei mesmo que o fazer. Desisti, pois a minha história, como a da maioria das pessoas, é feita de momentos particularmente complicados de lembrar. Momentos em que a resistência fisica, emocional, e tudo foi posto à prova. Cresci com cada um deles, foram particularmente dolorosos, alguns do ponto de vista fisico outros emocionalmente dificeis.

Sobrevivi quando tudo indicava o contrário, sou por isso mais uma das resistentes. Tenho tido a capacidade de começar de novo, em muitas esferas da minha vida, tenho tido a resistência e continuado a sorrir, a ter sentido de humor, a respirar fundo e pensar - "vamos lá". Sou cerebral, racional, e sinto-me particularmente vitoriosa por conseguir continuar a sentir e ser capaz de ter empatia, de me pôr no lugar do outro. Endureci, mas não embruteci.

A minha vida tem sido um constante makeover. Reconstruir. Vou entrar numa nova etapa, numa nova mudança. Ainda bem... Mais um novo crescimento, vai ser complicado, mas vai ser bom!

Em todos os momentos complicados da minha vida achei que não iria ter força ou a coragem para continuar, mas surpreendentemente cá estou eu. Tenho plena noção das minhas fragilidades, de quem sou, daquilo que é a minha identidade, que se constroi e transforma todos os dias. Tenho noção do que preciso, do que represento para algumas pessoas, das minhas carências e dos meus momentos bons e maus, da necesidade de estar sózinha e da importância da liberdade que usufruo no meu quotidiano. Mas tenho acima de tudo a consciência da importância do outro na minha vida.

Ninguém cresce ou se transforma sozinho. Nada se compara ao calor de um toque, ao conforto de um ombro, por muito aliciante que nos pareça o nosso sofá.

Espero ter a coragem e a capacidade de renascer e de me reconstruir muitas vezes. Não sei se vou ser sempre capaz de o fazer, mas vou sempre tentar.

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NSAS