terça-feira, 26 de maio de 2009

Os 'ismos' do EGO

"Egoísmo é o hábito ou a atitude de uma pessoa colocar os seus interesses, opiniões, desejos, necessidades em primeiro lugar, em detrimento (ou não) do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona."

"Egocentrismo caracteriza-se pelo sonho de imaginar que o mundo gira em torno de si, tomando o eu como referência para todas as relações e factos. Uma pessoa egoísta pode não ser egocêntrica, uma vez que luta para fazer com que os factos se moldem aos seus interesses. A pessoa egocêntrica é egoísta, no sentido de que não consegue imaginar que não seja ela a prioridade no mundo em que vive. O egocentrismo é próprio da infância, como passagem para que a criança possa aprender a noção de referência a partir do eu e então aprender".

É giro como se encontram as definições mais interessantes na wikipédia.

Há muito que reflicto neste equilibrio necessário entre o EGO, não na definição psicanalitica de Freud, ou na versão de Jung, e o ALTER, aqui representando o outro. Como é que mantém o equilibrio entre o 'eu' e o 'tu'?

Não um alterego no sentido da outra face da personalidade, ou identidade. Estou a tentar perceber onde começa o egoismo e onde começa o altruismo. Não estou aqui a pensar nas pessoas abnegadas da sua condição de SI, ou da negação da existência enquanto identidade ou indivíduo. Estou a pensar na prática de gestos quotidianos pelo outro.

Somos seres eminentemente sociais. Vivemos em comunidade e dependemos todos uns dos outros. Fazemos parte de uma rede maior, de um sistema de funções, de papéis sociais, de um tecido que nos liga uns aos outros. Nesta sociedade complexa, precisamos necessariamente do outro, mas vivemos cada vez mais virados para dentro.

Este aparente paradoxo, é reforçado, na minha opinião, por todos os mecanismos tecnológicos que nos dão a aparente sensação de indepedência. Podemos viver, qual eremita, fechados em casa. Podemos trabalhar em casa, fazer compras pela net, encontrar 'amigos' nas páginas sociais, produzir a sensação da integração social no twitter, conversar nos chat, msn ou spkype, divertirmo-nos em guerras e jogos em rede na playstation e praticar até sexo virtual.

Desta forma mantemos intacta a nossa bolha social, aumentamos o espaço e vivemos absolutamente de acordo com os nossos critérios. Como é que se chama a este tipo de comportamento? É-se egoista? É-se egocentrista? É-se auto-centrado?

Não sei.

Acho que a vida é feita de equilibrios precários produzidos quotidianamente. Os nossos equilibrios são construídos pela relação com o outro, na minha opinião em presença. A relação, a afectividade, o toque ajudam-nos a edificar realidades saudáveis e mais felizes.

Tenho a certeza que tenho momentos egoístas, provavelmente muitos. Tenho a certeza também que plantar disponibilidade, afectos, cuidados com o outro são o investimento de maior retorno e o garante da saúde mental.

Lembro-me sempre da velha máxima 'quem não planta não colhe'!
E o preço é ficar sózinho.

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NSAS

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Estes neurotransmissores...... bolas!!!

Andei a fazer umas pesquisas ligeiras sobre os estados depressivos ligados a mal de amores e descobri que a culpa é dos neurotransmissores.

Estão a ver os neurónios, aquelas coisas que nos permitem executar imensas funções: pensar, caminhar, fazer coisas, ficar felizes ou sentirmo-nos absolutamente miseráveis. Para que eles funcionem é necessário que se realizem as sinapses, isto é as ligações entre os neurónios, que por sua vez para acontecerem precisam da libertação de substâncias quimicas chamadas de neurotransmissores.

Os neurotransmissores permitem que se ultrapasse a Fenda Sináptica, o que, mais ou menos,faz com que os neurónios funcionem. Aqui está uma das explicações para a estupidez: fendas gigantes, inultrapassáveis pelos neurotransmissores.

Fui procurar os neurotransmissores associados ao amor e à sua manifestação e descobri os seguintes:

- Acetilcolina: responsável, entre outras coisas, pelo tônus muscular, aprendizagem e pelas emoções, a performance sexual controlando o fluxo sanguíneo e ritmo cardiaco durante o acto sexual;

- Endorfina: actua como calmante natural, alivia a sensação de dor. Quando associada com a dopamina pode substituir a sensação de dor pela sensação de prazer. É responsável pelo sentimento de eurofia e êxtase.

- Dopamina: é capaz de acalmar a dor, quando associada com a endorfina e aumentar o prazer.

- Serotonina: responsável na excitação dos órgãos e contrição dos vasos sanguíneos. Eficaz na luta contra a depressão.

Ora bem. O acto sexual é responsável pela libertação da endorfina (correr também, mas quem quiser que corra), que, como já disse, afecta os mecanismos cerebrais que controlam o humor, as sensações de prazer, o optimismo, o ânimo, a ansiedade, a insónia e o envelhecimento. Só vantagens.
A endorfina é por isso chamada do neurotransmissor da felicidade. Pode ser também encontrada no chocolate, e é por isso que quando sofremos de mal de amores nos apetece chocolate.

É um facto que o nosso sistema imunitário está ligado ao nosso sistema emocional, por isso se estamos deprimidos é muito provável que fiquemos também doentes.

Por isso sugiro para evitar gripes, constipações e outras complicações: pratiquem sexo, façam exercício, comam chocolate e apaixonem-se. Podem também procurar na net os alimentos ricos nestas substâncias, ou então quais os suplementos alimentares a tomar e fazem um coktail, uma saladita, ou qualquer coisa assim do género.

Se isto não funcionar resta sempre o velho amigo alcool, afogar as mágoas, micróbios e outras bactérias.
Animem-se é fácil!!! Carradas, paletes, resmas de chocolate preto de preferência!!!

Greatings
NSAS

terça-feira, 5 de maio de 2009

Perspectivas...

É engraçada a forma como construímos a realidade. Exactamente, é isso mesmo! Construímos a realidade.

Aquilo que vemos, sentimos, ouvimos, percebemos, assimilamos, ou até mesmo sobre o que criamos conhecimento, depende da forma, do ângulo, do óculo sob o qual aprendemos o fenómeno. Se não vejamos.

A ciência está em constante evolução, na tentiva da descoberta da verdade sobre um determinado fenómeno. Um dia uma determinada coisa faz mal à saúde, no outro dia já é óptimo. Isto porque a produção de conhecimento está constantemente a processar-se e por outro porque depende da teoria (perspectiva) que enforma a investigação.

Nas ciências sociais e humanas as perspectivas, teorias (não interessa a designação) são de importãncia suprema na produção de conhecimento. Vejamos a condição de normalidade. Primeiro vamos definir o conceito de 'normal'.
Normal é algo que é exibido na generalidade da população (podem ser comportamentos, atitudes, hábitos, etc). Note-se que eu usei a palavra algo, um fenómeno diriam os ciêntistas sociais e os restantes. Estou a tentar afastar-me das perspectivas cientificas e focar-me no dia-à-dia.

Um exemplo: nos tempos dos nossos pais a normalidade no ritual do namoro, era o dia fixo, as saídas acompanhadas, o namoro por carta, à janela e ao portão. Hoje em dia a normalidade do ritual do namoro passa pelo msn, pelo sms, passa necessariamente pela tecnologia. E isso é tido como normal. Mas onde fica a pessoalidade do toque. a leitura do olhar, do comportamento não verbal e das coisas que são ditas em susurro?
Ups.... há os smiles e todos os símbolos que tentam expressar emoções.

Como este exemplo existem muitos outros, que indiciam a mudança social e a transformação dos fenómenos. Em sociologia fala-se em fenómeno social total, para basicamente se dizer que os fenómenos são de tal ordem complexos, que a sua apreensão, compreensão e explicação precisa de várias metodologias e ciências. No fundo perspectivas.

Vamos à nossa vida comum, e deixemo-nos de cientismos.
Conhecem muito provavelmente o exemplo do copo meio cheio e do copo meio vazio. É a diferença de perpectivas vista pelo óculo do optimista e pelo óculo do pessimista. É bem melhor ser optimista, têm na generalidade dos casos bem mais sucesso na sua trajectória de vida, pois são bem mais resistentes à frustração.

O que é certo é que vemos a realidade e os outros tendo por base uma lente que somos nós próprios. Lemos a realidade tendo por base as nossas experiências, a forma como crescemos, fomos educados, do nosso grupo social de origem, do nosso estado de espírito e de humor, e sobretudos dos nossos objectivos.
Lemos a realidade tendo por base também o conhecimento que temos sobre ela. Podemos de facto estar certos ou podemos estar absolutamente desviados, tal qual um piloto numa caravana no deserto.

Como é que garantimos que a nossa perspectiva, noção da realidade está o mais próxima possível da verdade?

Questionando, perguntando, tendo sempre em consideração a perspectiva do outro. É que a realidade é constrída por comparação pela negação. Eu sei que sou magro porque não sou gordo. Eu concordo porque não discordo.

Outro truque é nunca tomar nada como garantido, questionar sempre e querer saber o exacto porquê das coisas. Podemos também fazer uso do pensamento criativo e tentar pensar em, pelo menos, mais duas perspectivas diferentes. Primeiro uma oposta aquela que nos pareça óbvia e depois uma alternativa.

Eventualmente poderemos criar percepções da realidade mais aproximadas da do outro. Bem, também não há problema em ser completamente diferente, mas depois aguentem-se à exposição ao grupo, argumentem e convençam. Vai haver sempre alguém que discorda, vai haver sempre alguém que acha absurdo, vai haver sempre alguém cético, vai haver sempre alguém critico, mas também vai haver alguém que concorda. A isto se chama diversidade e pensamento livre.

Estratégias, perspectivas, jogos de raciocínio. O que é certo é que somos animais completa e absolutamente sociais. Não fomos concebidos para viver os sozinhos e por isso precisamos inevitavelmente do outro. Precisamos necessariamente de relativizar perspectivas e de saber ouvir (estou a falar de escuta activa, de de facto ouvir) sem o ruído dos nossos egos.

Aturem-se diz o pessimista, divirtam-se assume o optimista.

Eu vou pelo divirtam-se.

Greatings
NSAS