segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Escolhas...

Pois é, aproveitando até o post anterior (original, sem dúvida), um voto implica uma escolha. A decisão de votar no Partido dos Giros, por exemplo, significa que, por variadas razões, alguém decide e opta, dentro de um leque de possíveis escolhas, colocar a cruzinha no PdG. Lol, olha que ainda és capaz de fundar um partido mesmo! É que os motivos que levam as pessoas a votar nos outros partidos são cada vez menos... Sem dúvida que se há tempo em que as alternativas podem ganhar algum espaço, esse tempo é agora!
Este é apenas um exemplo de uma escolha que fazemos. Todos os dias somos "obrigados" a fazê-las. Muitas delas, a maioria julgo até, são feitas de forma inconsciente, automática. O que acho engraçado é o facto da escolha implicar que abdicamos de algo. Costumamos dizer que não se pode ter tudo, e isso é bem verdade quando pensamos que ao optarmos por fazer algo, algo mais há que deixamos de fazer. Mesmo quando se consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo, coisa que hoje em dia somos praticamente forçados a conseguir. De qualquer forma, quando decides por algo, tens um custo. O custo do que deixaste de fazer. É dos conceitos de economia que mais "guardei", orienta muitos dos princípios económicos, e de facto tem bastante aplicação prática (a economia não são só números...). Para a doutrina económica, o que aqui importa fazer é uma análise custo-benefício. Então, a tua decisão perante um cenário de várias hipóteses é optar pela que te traz maior utilidade (representa o teu benefício, o que vais "ganhar" com a tua escolha). A comparação é feita com o custo, que no caso representa aquilo que te traria maior utilidade logo a seguir, e que deixas de ter porque optaste pela primeira hipótese. Chama-se custo de oportunidade. O custo de oportunidade existe porque existe escassez de recursos e as nossas opções são limitadas, por exemplo pelo tempo, dinheiro, capacidades, espírito de sacrifício, enfim, quase tudo pode ser aqui englobado. Mas há apenas um pormenor que é um "pormaior" nesta análise. Assume-se como pressuposto que a decisão é racional. Ora bem, aqui é que acho que a ciência económica começa muitas vezes a falhar. Nenhuma teoria é válida se os seus pressupostos não estiverem validados, e neste caso entendo que é um pressuposto no mínimo audaz. Nem todas as nossas decisões são racionais, pelo menos a 100%. Parece-me que isto é quase senso comum.

As escolhas que fazemos. Gosto de pensar que somos o que escolhemos. Somos o caminho que vamos traçando para nós. Às vezes enfrentamos verdadeiros dilemas perante uma escolha a fazer. Que pode mudar a tua vida. Costumo imaginar uma bifurcação, em que seguindo por um dos lados, todo o teu percurso daí para a frente vai ser diferente do que encararias se tivesses ido pelo outro. E se é verdade que há escolhas que são quase imperceptíveis, outras há que nos obrigam a parar e a pensar. Porque sabemos que, uma vez tomada a decisão, não há volta atrás.

Elas vão continuar a aparecer no nosso caminho, a desafiar-nos. Também, se não fosse assim, onde estava a piada disto tudo?

1 comentário:

Susie Mary disse...

Pois....

Independentemente de tentarmos dar às escolhas que fazermos e decisões que tomamos uma máscara de racionalidade, o facto é que são sempre emocionais.

É o feeling!!! A vozinha que nos diz para fazermos o contrário quando tudo indica que a melhor opção é outra. Há inúmeros exemplos de grandes negócios que começaram assim.

E há ainda outra coisa. Perante duas coisas exactamente iguais, com as mesmas consequências e benefícios, iguais em todoas as variáveis,o que nos faz decidir por uma ou por outra.

São sempre as emoções.Não há decisão sem emoção, e até há uma doença com nome e tudo para a incapacidade de tomar decisões. Está ligado a lesões neurológicas no cortex frontal.