quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Feliz Natal

Natal significa: que tem sentido de nascer.

Depois das correrias das compras, da loucura de enfeites de Natal e dos jantares (ainda me falta um), aqui estou eu a desejar que todos tenham um muito feliz Natal, mesmo aqueles que não sejam cristãos e não acreditem na vinda do messias. Até esses têm Natal, pois pelo menos gozam dos feriados do calendário religioso (isto para aqueles que têm liberdade religiosa e vivem nos países ocidentais).

No meio de tanta correria, e numa altura em que nos lembramos mais dos outros (pelo menos uma vez) espero que já tenham feito a vossa boa acção. Eu já a fiz. Não se traduziu em dinheiro, traduziu-se apenas em disponibilidade para o outro e para a visão do outro sobre o que é ser humano.

Entre pais natal, árvores, presépios e meninos, é bom lembrarmo-nos do espaço para reflectirmos sobre as nossas acções, comportamentos, condutas, da nossa disponibilidade para os outros e dos nossos projectos. Não há presentes para quem se porta mal!!!!!

Este período é para mim um momento de balanço sobre as minhas conquistas e sobre os projectos que quero realizar. É um período de definição de novas etapas, que se traduzem em listas de 'to do' e de 'não voltar a fazer'!

Aproveito cada compra de cada presente para transferir um pouco da energia dos afectos. De outra forma tornar-se-iam objectos amorfos e vazios de sentido. Comprar para mim é acima de tudo pôr-me na pele da outra pessoa e pensar nela, e por isso é um exercício dificil.

Faço votos, que pelo menos nesta altura do ano, todos falem a linguagem do amor, afinal foi por isso que Ele nasceu. (Re)nasçam, transformem-se, aperfeiçoem-se tornem-se melhores. Eu tento fazê-lo!!!

Tenham o vosso Natal.

Best wishes
NSAS

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Mau feitio....

Ontem ouvi uma coisa extraordinária. Miguel Sousa Tavares a citar Paulo Coelho numa frase fantástica, isto no programa do Canal 2 intitulado '5 para a Meia Noite' que começa às 24:10h.

A frase é semelhante a esta: 'o mundo está cheio de pessoas simpáticas com mau carácter e tem falta de pessoas com mau feitio e bom caracter'.

Esta afirmação pôs-me de facto a pensar. Imediatamente me lembrei das teorias da inteligência emocional e de várias peripécias da minha experiência pessoal. Ainda hoje tive um ataque de 'mau feitio'

Iniciei este meu processo de reflexão sobre o conceito de 'mau feitio' pela sua definição.
Considero 'mau feitio' reacções relativas a um determinado acontecimento ou comportamento de outrém, cujos demais intervinientes considerem ofensivas.

A definição, por mim criada, é omissa quanto aos motivos que causam a reacção e quanto à forma de avaliação. Sim, pois o que para uns é mau feitio, outros podem ver assertividade e transparência, muito próximo daquilo que toda gente pensa mas que a diplomacia social impede que seja convertido em palavras. Pode ser também confundido frequentemente com falta de educação, o que nada tem a ver com mau feitio.
Ora, como todos sabemos a diplomacia social resume-se a várias estratégias para evitar conflitos abertos, o que muitas vezes implica pouca transparência, pois gestão da informação é confundida com falta de verdade. É também uma estratégia de ajustamento pessoal, pois todos nós tendemos para o equilibrio emocional e para situações estáveis.

Mas o que pode causar um ataque de 'mau feitio' a alguém com bom caracter?

Tomei a liberdade de inventariar algumas das coisas que na minha opinião estão na origem das tais reacções pouco cordiais:
- Injustiça;
- Falta de verdade;
- Incompetência;
- Falta de responsabilidade;
- Deslealdade;,
- Desrespeito pelo outro;
- Desonestidade;
- Oportunismo;
- Violência;
- Falta de solidariedade;

Obviamente, que há muito mais, e que tudo isto posto em contexto e em situação, se desmultiplica numa imensidão de situações incalculáveis. Esta lista indica um conjunto de valores pelos quais alguém se rege na gestão do seu comportamento diário, e que condiciona a forma como se relaciona com os outros. Vamos imaginar uma situação, até bastante comum, de alguém que é prejudicado, sofreu uma injustiça e reclama. O puro acto de reclamar tem em si só uma conotação negativa. Aqui na 'tugolândia' reclamar de qualquer coisa é ainda mal visto, e a maior parte das pessoas pensa que não vale a pena. Quem nunca disse a alguém 'ainda te prejudicas' quando a pessoa tem toda a razão e foi injustiçada. Pois, todos nós já o fizemos. No fundo quem reclama tem 'mau feitio', pois na maioria das vezes chateia-se, mas é acima de tudo um corajoso.

Quantos de nós já não mudou de opinião, só para não se chatear???

Estes são alguns exemplos do que alguém com bom feitio e provavelmente um caracter de tipo duvidoso pode fazer. Pior do que as más pessoas são aquelas cujas reacções são dificeis de calcular, e com as quais não sabemos com o que contar.

Alguém teimoso ou persistente pode ser facilmente confundido com alguém com mau feitio. Voltemos de novo ao exemplo da opinião. Quantos não terão já sido condenados á morte nos tribunais americanos, porque alguém que tinha uma opinião, ou percepção diferente mudou a sua pois vencido pelo cansaço e pela pressão de outros num juri. Quantas vezes a teimosia de alguém mudou a história.
Tudo depende da avaliação dos outros relativamente ao acontecimento.

Vejamos Cristo. Eu considero que era alguém c0m mau feitio. Expulsou os vendilhões do templo, desafiou os ansiãos judeus, desafiou o império romano, defendeu uma prostituta, teimava na disseminação da igualdade, contra um status quo.Tudo porque acreditava profundamente na mensagem que passava. Era um líder carismático, forte, assertivo, transparente e verdadeiro. Nem todos gostavam Dele, era incomodo, mas lembrado pela sua mensagem de amor e de verdade.
É verdade que posso facilmente lembrar de outros lideres temidos não pelo mau feitio mas pela violência que exerciam -Hitler, Mussolini entre outros. Todavia, evidenciaram capacidades para atingir objectivos e realizações, embora fundamentadas em pressupostos pouco positivos.

Não estou aqui a defender o mau feitio pelo mau feitio, estou a analisar o mau feitio associado ao bom caracter.

Alguém com mau feitio e bom caracter é alguém com quem é muito fácil relacionar-se, pois é perfeitamente claro o que vai poder despoletar um ataque de mau feitio. Assim, quem tiver sido o alvo da reacção é totalmente responsável, pois para além de ter feito alguma coisa menos correcta, não foi capaz de gerir os efeitos secundários da sua acção. Se todos pensassemos que cada acção resulta numa reacção, seria bem mais fácil a gestão das nossas interacções diárias. E mesmo quando acontece algum momento de conflito a pessoa alvo não se sente tão mal, porque o outro é tido como alguém correcto, mas possivelmente exigente, acima de tudo com ele próprio, uma vez que se rege por padrões elevados. Alguém exigente com ele próprio é alguém que faz crescer os outros, não só pelo exemplo que pode ser como pelo facto de muitas vezes requisitar um tipo semelhante de acção.

Quanto à avaliar quanto à petinência da reacção ou da justiça da mesma, pensem que quem tem bom caracter agiu de acordo com parametros e valores socialmente considerados importantes e valorizados, assim pouco questionáveis.

Quando se tem 'mau feitio' é-se mais vezes recordado do que alguém simpatico. Simpático é basicamente dizer nada de alguém. Normalmente os 'mau feitio' são pessoas que marcam pela sua diferença e pela sua postura. Para mim alguém com mau feitio:
-é persistente, verdadeiro consigo, capaz de se por no lugar do outro, é objectivo na análise das situações e tem uma visão em 360º;
- é profundamente auto-critico, voluntarioso, disponível, sabe o quer e para onde quer ir. É claro e transparente, é confiável e fiável, competente e profissional, fica feliz com os sucessos dos outros
- é reflexivo, capaz de integrar os seus erros e gerir as suas culpas;
- sabe ouvir, gerir as várias informações que obtém, e avaliar;
- sabe tomar partido e não tem medo de o fazer;
- não tem medo do conflito. Chateia.se e pronto.

Só alguém com estas características é que pode ter o estofo e a segurança de poder reagir, pois validado pela sua própria capacidade de critica e exemplo, e não pelo puro uso do poder.

Desejo-vos um 'mau feitio'.

NSAS

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Obrigada William Borges.....

É mesmo engraçado e gira esta comunidade global, unida pela língua portuguesa.
William Borges deixou este poema como comentário a um dos meus post....
Decidi publicá-lo e partilhá-lo com todos aqqueles que lêem este blog. Espero que não se importe o autor.


Que na sua vida...
Tudo tenha a beleza das flores,
Que não falte a luz do luar,
Que os amigos sejam todos sinceros,
Que o mar nunca se agite,
mas se agitar
que o barco nunca afunde.
Que os beija-flores visitem todos os dias o seu jardim,
Que os passarinhos cantem em sua janela,
Que os sorrisos se multipliquem em sua face.
Que a inspiração renasçaa cada manhã.
Que teus sonhos sejam realizados,
Que seus dias de semana, sejam como o domingo.
Que o mal não chegue a porta da casa.
Que a tua dispensa esteja sempre abarrotada.
Que teus olhos só contemplem bondade,
Que cada passo teu seja iluminado por Deus.
Que todas as manhãs te recebam com um sorriso.

É O QUE EU DESEJO..........................

Inverno de 2009
10 de Novembro de 2009 23:57

Muito obrigada é apenas o que eu posso dizer.

NSAS

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Told you so....

É engraçado como tentamos ter razão. Discutimos, teimamos, tentamos que os nossos interlocutores vejam a nossa perspectiva sob vários prismas, chegamos mesmo a ter conflitos abertos. Tudo isto pelo simples motivo de 'ter razão'.

Eu não gosto de ter razão, mais não quero mesmo tê-la. Normalmente não acreditam em mim quando o digo, mas é de facto verdade.

Quando se tem razão aprendeu-se pouco, já se sabia o resultado final, ou a matéria sobre o qual a disputa se fazia.
Quando se tem razão, é provável que se tenha de chamar a atenção a alguém, o que eu de facto não gosto de fazer.
Quando se tem razão, perdeu-se muitas vezes tempo. Pois as outras partes envolvidas tiveram que fazer um determinado percurso para chegar à conclusão de que de tinhamos de facto razão. E isto implica espera.
Ter razão é muitas vezes um exercício do ego. É aconchegar a certeza dos racicínios e das seguranças.
Quando se tem razão é por o outro numa posição de submissão e de dependência, é dizer 'eu avisei-te' e agora vens ter comigo para ajuda. É o exercício do poder.

E ter razão às vezes significa distanciarmo-nos de alguém, e pode significar que nos magoamos.

Mesmo que eu tenha razão não gosto, não digo 'told you so'... Não vale a pena, não é nobre fazê-lo!

É triste como tenho tantas vezes razão...
É triste que o tenha de dizer a algumas pessoas...
Mas nunca o vou fazer com outras... se forem atentos já o devem ter percebido.

Told you so...
NSAS

sábado, 10 de outubro de 2009

A história.......

Fiz um desafio a alguém....

A ideia era escrever uma história partilhada, em cada um escrevia partes dela.

Não aconteceu, não funcionou! Mantendo a ideia de construir uma história com contributos para além do meu fica aqui o inicio.

Convido a que façam sugestões para a continuar. Serão muito benvindas.



História


Decidi escrever…

Escrever uma história, Nem ficcionada, nem real. Uma história como tantas outras baseadas em experiências e vivências de caminhos percorridos pela sequência dos anos e dos acontecimentos, na qual os personagens aparecem ao sabor da associação das ideias e do dedilhar no teclado do computador, tal pianista percorre as teclas brancas e pretas de um piano ao executar uma sinfonia.

Será de amor, de dor, de paixões, de traições, de relações, de partilhas, de trabalho ou de outras histórias ouvidas? Não sei! Saberão as últimas páginas do que agora inicio.
Seria fácil começar por contar tanto do que já ouvi, mas sinto que trairia em quem em mim confiou. Poderia mudar-lhes os nomes, os locais e outros detalhes, mas se o lessem é provável que se identificassem. Continuo, portanto, sem saber sobre o que será a minha história.

De certo envolve pessoas, coisas e lugares. Não há histórias em sujeitos. São o cerne de todas e de qualquer coisa. Sei apenas, que gosto verdadeiramente de pessoas, dos seus mistérios, das suas manias, dos seus hábitos, das razões pelas quais agem e tomam. Interessam-me o que dizem e mais ainda o que não dizem. Interessam-me quem são e quem gostariam de ser, ou de ter sido.

Fascinam-me as lutas, as vontades, os desejos e a resistência às dificuldades e como ultrapassam os medos. Apaixono-me por ambições e objectivos, por planos e expectativas. Gosto de observar como se movem, caminham, e como tudo isso nos dá pistas sobre quem são, de onde vêm e para onde gostariam de ir. Adoro sobretudo as crianças, não pela sua inocência, mas porque está quase tudo por escrever nas suas pequenas vidas.


Thanks
NSAD

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

OOhhhhhhh semaninha

Estou plenamente consciente que a semana ainda não acabou, mas os dias de segunda a quinta foram de tal ordem recheados de peripécias que têm equivalência a semanas inteirinhas de vivências.
Não vou entrar em detalhes sobre os acontecimentos, mas antes sobre algumas das coisas constatei..

Ora aqui vai o que eu percebi:

1- Lealdade e verdade são valores em crise. Em crise porque são poucos os que de facto os praticam. Em crise pois precisam urgentemente de ser clarificados.

2 - Os interesses pessoais estão sempre à frente dos interesses do outro. Obviamente que isto tem também implicações com a lealdade e a verdade. Manter os interesses pessoais nem sempre é compatível com o dever e respeito ao outro e por isso contorna-se, molda-se a verdade a
uma versão mais confortável.

3 - Apesar de estarmos à frente de alguém não quer dizer que de facto nos veja. Os nossos interesses, as nossas verdades, a nossa realidade é de tal ordem presente que nos impede de perspectivar todas as outras dimensões. Vêmos o que nos interessa, ouvimos só o que queremos, pensamos, construímos e sentimos em função disso. Se os nossos sentidos são a nossa ligação ao mundo, traem-nos muitas vezes.

4 - A diplomacia social reina, em prejuízo da franqueza, assertividade e clareza. A maior parte de nós faz fretes. A elevada taxa de malidicência, a competitividade, a necessidade de ajustamento a ambientes carregadinhos de estratégias pessoais, promove a perda da identidade. Quem não joga o jogo do real frete é facilmente rotulado de 'estranho'

É claro que tudo isto não era novidade para mim, mas esta semana aconteceram com grande intensidade e em várias versões. Tudo isto disfarçado de gentileza, em algumas das situações, o que torna tudo ainda mais espectacular.

Foram tantos os formatos que começei a achar que estava a perder o juízo.

Tenho muita dificuldade em lidar com estas coisas. Acho mesmo que não sei como se faz. É uma dificiência no meu processo de socialização, que eu não quero superar. O problema é que me estou constantemente a magoar, chatear e desiludir.

Acredito, por que gosto, nas pessoas. Vivo de coração aberto e dou aos outros muito mais do que a mim própria. Sou o verdadeiro 'alien social'.

Raramente me vêem como sou.

NSAS

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Como....

Como é que se diz alguém aquilo que não se pode dizer?

Como é que se mostra a alguém qual é percurso que tem de fazer, quando é o próprio que o tem de descobrir?

Como é que se faz enquanto se espera?

Como é que se lida com as dúvidas?

O que é que se faz à ânsia de concretização daquilo que já se viu acontecer?

Não sei responder....... mas será que estou a descobrir?

NSAS