Estou plenamente consciente que a semana ainda não acabou, mas os dias de segunda a quinta foram de tal ordem recheados de peripécias que têm equivalência a semanas inteirinhas de vivências.
Não vou entrar em detalhes sobre os acontecimentos, mas antes sobre algumas das coisas constatei..
Ora aqui vai o que eu percebi:
1- Lealdade e verdade são valores em crise. Em crise porque são poucos os que de facto os praticam. Em crise pois precisam urgentemente de ser clarificados.
2 - Os interesses pessoais estão sempre à frente dos interesses do outro. Obviamente que isto tem também implicações com a lealdade e a verdade. Manter os interesses pessoais nem sempre é compatível com o dever e respeito ao outro e por isso contorna-se, molda-se a verdade a
uma versão mais confortável.
3 - Apesar de estarmos à frente de alguém não quer dizer que de facto nos veja. Os nossos interesses, as nossas verdades, a nossa realidade é de tal ordem presente que nos impede de perspectivar todas as outras dimensões. Vêmos o que nos interessa, ouvimos só o que queremos, pensamos, construímos e sentimos em função disso. Se os nossos sentidos são a nossa ligação ao mundo, traem-nos muitas vezes.
4 - A diplomacia social reina, em prejuízo da franqueza, assertividade e clareza. A maior parte de nós faz fretes. A elevada taxa de malidicência, a competitividade, a necessidade de ajustamento a ambientes carregadinhos de estratégias pessoais, promove a perda da identidade. Quem não joga o jogo do real frete é facilmente rotulado de 'estranho'
É claro que tudo isto não era novidade para mim, mas esta semana aconteceram com grande intensidade e em várias versões. Tudo isto disfarçado de gentileza, em algumas das situações, o que torna tudo ainda mais espectacular.
Foram tantos os formatos que começei a achar que estava a perder o juízo.
Tenho muita dificuldade em lidar com estas coisas. Acho mesmo que não sei como se faz. É uma dificiência no meu processo de socialização, que eu não quero superar. O problema é que me estou constantemente a magoar, chatear e desiludir.
Acredito, por que gosto, nas pessoas. Vivo de coração aberto e dou aos outros muito mais do que a mim própria. Sou o verdadeiro 'alien social'.
Raramente me vêem como sou.
NSAS
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