Tinha mesmo que escrever este post agora, uma vez que vem na sequência do anterior. Esqueci-me de acrescentar um medo que de facto nos faz fazer coisas verdadeiramente estupidas - o medo de ficar sozinho.
O medo de ficar sozinho resulta nas maiores confusões e complicações.Imaginem o seguinte cenário.
Não há nada mais comum do que conhecermos pessoas. No nosso quotidiano cruzamo-nos com imensas, e temos amigos no trabalho, no ginásio, no café, os amigos da faculdade e de escola, os amigos dos amigos,os da net, entre outros. Estamos numa relação que até determinado momento nos é satisfatória, ou talvez não. A dada altura cruzamo-nos com alguém que nos chama a atenção, e proporcionam-se novos encontros, que de inicio são meramente casuais, mas com o passar do tempo se tornam premeditados e desejados. Entretanto a pessoa com quem temos um relacionamento começa a perder encanto, passa a ser desinteressante, e é com a nova pessoa que passamos a fazer confidências, que passamos a conversar e a nos identificar. De repente sem nos apercebermos passamos a querer estar com outra pessoa, e tudo isto foi acontecendo naturalmente. Estamos na intimidade com uma pessoa a pensar noutra, passamos a estar ausentes, e começam a pedir-nos explicações. O encanto, o afecto,o fascínio cresce em relação à outra pessoa.
O que fazer?
A maior parte de nós diria: aposta no novo relacionamento que entretanto foi nascendo.
Pois!!! Tenho verificado que é mais fácil de dizê-lo do que fazê-lo. Quando chega à hora de decidir, na maioria das vezes ganha a cobardia, e o conforto do que é conhecido. Ganha o medo de se apostar em algo novo, quando a outra pessoa não nos dá garantias do que vai ser a nova relação. Ganha o medo de ficar sozinho, e perdem-se momentos felizes, ou talvez não. Há quem seja capaz de manter relacionamentos paralelos e não precise de escolher entre nenhum. O mais normal, porque estas coisas do amor exigem exclusividade, é que tenha de decidir por um. Rompe-se com a nova pessoa, até a um novo encontro 'casual'. Os encontros repetem-se e multiplicam-se os momentos. Dizem-se muitas coisas na linguagem dos corpos, e nunca se refere a outra pessoa. Nalguns casos passam-se anos, mas quando há a coincidência do encontro, voltam as sensações, as emoções e tudo o que tinha sido obrigatoriamente esquecido. Entretanto seguem-se com as vidas, fazendo um esforço para parecer feliz, e para fazer a outra pessoa genuinamente feliz. Todavia, há momentos em que se sente a necessidade do outro e não se resiste à tentação do telefonema.
Tenho muita dificuldade em perceber isto. Tenho dificuldade em conceber relações em que não se converse, ou se partilhe. A longo prazo vão-se as emoções arrebatadoras, fica o amor, a ternura, o carinho, o respeito e a capacidade de conversar. As pessoas crescem a ritmos diferentes, e é normal que interesses novos e visões do mundo novas apareçam. Quem disse que as pessoas têm que ficar para sempre juntos, não se casa, não namora, nem vive junto(estou a falar dos padres e da igreja católica, claro). Não consigo perceber como é que se pode viver em 'banho maria' afectivamente. Percebo que os relacionamentos têm etapas afectivas, e que os sentimentos se vão transformando, mas tenho muita dificuldade em aceitar que se tentem anular sentimentos. Acredito verdadeiramente que para se terem relacionamentos saudáveis é preciso, que em qualquer momento da nossa vida tenhamos sido capazes de estar sózinhos. É preciso que saibamos do que gostamos, do que não gostamos, do que queremos e do que não queremos, que tenhamos consciência das nossas emoções e das nossas carências. Podem dizer que pode haver uma multiplicidade de argumentos, a que eu responderei que são meras desculpas. Podem mesmo dizer que pode não gostar o suficiente, é legitimo. A cima de tudo restam as dúvidas, mas são bem melhores os 'não' do que os 'nim', embora sejam mais dificeis de ouvir
Greatings
NSAS
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7 comentários:
É caso pra dizer, lololl, que "mais vale só que mal acompanhado". Mas a verdade é que a maioria das pessoas, a quem se destina o teu post, prefere estar acomodado a estar sozinho. Medo de se sentirem sós, medo de mudarem para pior. Medo de outra realidade, medo de admitirem que, talvez, já não seja essa a pessoa certa... medo que as certezas se transformem em incertezas... medo do desconhecido (muito comum lolll)
olá susy...... gostei muito do teu blogge.... está muito bom.
é so para te dizer que é muito importante ter pessoas ao nosso lado, nao nos podemos acomodar pensando que nao precisamos de ninguem a nosso lado... ok...
beijos
Bem... tu tens um jeitinho pa coisa q eu vou-te dizer.. e escolhes temas k além d incisivos dão q pensar. Em relaçao a este post tenho a dizer 2 coisas. Em 1º lugar, o estar sozinho. Há pessoas k sentem isso (o medo) pk a "lei natural" (se é q lhe podemos xamar assim) das coisas é k exista alguém. Alguém q preencha uma lacuna k mais ninguem pode preencher. Não, não falo de sexo :P
Acredito k há pessoas k são felizes enqt estão sozinhas (olha k eu sei do k estou a falar! lol) mas sei mt bem q há uma felicidade "diferente" qd partilhas a tua vida c alguém. Sozinho ou nao, devemos é estar bem com a vida. E se num momento estamos bem sozinhos, noutro a seguir precisamos de alguém. E vice-versa.
Em 2º e último lugar (k isto ja vai longo..) axo q tudo nesta vida é finito, nós é q insistimos em acreditar q há coisas q duram p sempre. Podem durar, mas não é garantido, daí k as relações devam ser vividas nesse pressuposto e c essa noção. Acima de tudo deve haver sinceridade, porque não vale a pena andarmos a enganar ninguém (principalmente nós próprios..). Se for esse o caso, uma situação como a que descreveste (qd uma das partes perde o interesse) acredito q a solução é mesmo seguir em frente, e se há outra pessoa k nos preenche como a anterior já não o faz, então não vejo o pk d manter a situação. Não estou c isto a dizer q s deva desistir do sentimento, bem pelo contrário. Não é no 1º vacilo, à 1ª duvida q uma relação deve acabar. Devemos medir bem o k sentimos e lutar por isso. Acredito c mt força neste tipo de sentimentos! Mas às xs isso não chega e a luta é em vão.. é um ponto de ruptura que acontece, inevitável.. A seguir... está tudo à frente de cada um. Ninguém tem uma bola de cristal mas ás xs nem é preciso. Basta......
Se eu soubesse tb não to dizia!!
Ahah, peace :P
Susana...Este post está carregado de reflexoes que dão que pensar...Isso é uma verdade absoluta...Contudo, não subscrevo inteiramente a tua opinião, porque penso que ter medo de estar sozinho, é um medo natural...Os seres humanos nasceram para estabelecerem relações...Claro, e ainda bem que é assim, há muita gente que está bem sozinha, é muito feliz assim,e por vezes, até está "melhor só que mal acompanhado". No entanto, para alguém que está habituado a partilhar o dia-a-dia com alguem, é normal que tenha esse "friozinho na barriga", quando pensa em estar só...Contudo, é profundamente penoso, quando as pessoas nao enfrentam essa situação que tanto necessitam...E para tal, arrastam uma relação por comodismo, falta de coragem e, julgo que também, pouco amor proprio...
Relativamente ao facto de surgir outra pessoa, penso que não se deve assumir uma ruptura sem se lutar pela relação que se tem,mas sempre com o espirito aberto a colocar a hipotese de dar um novo rumo à vida, com outra pessoa...Mas há um probleminha que abordas muito assertivamente...As pesssoas são cobardes e não trocam o certo pelo incerto, uma vida passada e com história por uma incógnita...E isso leva...A que muita gente hipoteque a sua felicidade...Um caminho novo...Por medo e cobardia...Mas... muitos Parabens... mesmo... pelo teu post...Beijo...
Gostei da expressão "Banho maria" afectivo!!
Não sei Susana se concordo a 100% com o que escreveste... Acho que por sentirmos algo novo por alguém (mesmo naturalemente), levando ao desinteresse da pessoa com quem estamos que se deverá tomar uma atitude "imediata"...
Muitas vezes troca-se um amor por uma paixão, e chora-se de remorsos depois..
Como em tudo, há que haver ums gestão, um equilíbrio, uma ponderação ponderada (!)...
Mas se o tempo passa e a vontade cresce e não muda, então não há alternativa a permitirem a ser felizes.. e lutar...
Beijo susana
Bem...
Rectificação do Português:
naturalemente=naturalmente
ums=uma
(prometo que para a próxima escrevo mais devagar)
Olha lá.. Não posso por um nome mais bonitinho que sonia laranjeira?? :)
Penso muitas vezes nas pessoas que não estando sozinhas, acabam por estar!!!São aqueles casos de resignação. A paixão já não existe há muito e o amor que julgam sentir um pelo o outro chama-se Amizade.No entanto, estão tão conformados com a vida que levam, com a “monotonia” da relação, que acham que são muito felizes (ou então..até se sentem totalmente infelizes). E mesmo assim prolongam e arrastam a situação até à sua existência conjunta ser completamente insuportável e ir cada um para seu lado, sem nunca mais trocarem uma palavra!!!
Penso que viver com “um/a qualquer” será tão mau ou pior do que se estivéssemos sozinhos.Para isso, mais vale envelhecermos sozinhos.
Gostei muito deste post.Parabéns
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